![]() |
FreePik |
Nos dias de hoje, no mundo democrático em que vivemos, a Igreja Católica Romana libera a leitura da Bíblia aos seus fieis, incluindo em língua vernácula (embora ainda não libere o livre exame). Porém, a intensificação da leitura bíblica e o apego a essa prática não se deu senão após a Reforma Protestante, que buscava nas Escrituras a verdade apostólica e passou a apoiar a leitura da Palavra de Deus.
O mundo, enquanto sob o jugo da Igreja Romana, vivia em trevas. O povo, sem as divinas Escrituras traduzidas em sua língua. E o clero, cada vez mais explorando a ignorância deste povo. Neste artigo, iremos passar algumas evidências irrefutáveis de que a Igreja Católica proibiu a leitura da Bíblia e lutou ao máximo contra a divulgação dela. Começaremos com o Concílio de Tolosa (1229), que categoricamente declarou:
“Proibimos os leigos de possuírem o Velho e o Novo Testamento... Proibimos ainda mais severamente que estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas, os mais humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será severamente punido” (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno Chr. 1229, Canons 14:2)Os leigos eram proibidos de lerem as Escrituras Sagradas em sua própria língua e até mesmo de possuir a Bíblia. Tais homens que tivessem uma Bíblia em casa deveriam ser condenados, caçados, inteiramente destruídos, perseguidos e caçados nas florestas e cavernas.
Nesta época de trevas, a Igreja Católica, a serviço de Satanás, lançava dura perseguição contra o povo de Deus que se apegava às Escrituras, que tinha que buscar locais de esconderijo em retiros subterrâneos para poderem ler a Bíblia, mas a Igreja Católica ordenava caçar e perseguir tais homens até nas cavernas ou em qualquer outro lugar, até serem destruídos por completo.
Nenhuma perseguição à Bíblia feita por um não-cristão em toda a história da humanidade se comparou a perseguição elaborada pela Igreja Católica, nem mesmo a de Diocleciano ou a de Voltaire. O Papa Pio IX definia a aversão da Igreja à leitura da Bíblia nestas palavras:
“A leitura da Bíblia é um veneno!” (Papa Pio IX, Si II 8.12.1964)Em 1864 confirmou sua posição, dizendo:
“A propagação da Bíblia é uma peste!” (Sillabus, 8-12-1864)E em sua Encíclica “Quanta Cura”, ele declarou que as sociedades bíblicas eram pestes que deveriam ser destruídas por todos os meios possíveis:
“Socialismo, comunismo, sociedades clandestinas, sociedades bíblicas... pestes estas devem ser destruídas através de todos os meios possíveis” (Papa Pio IX, em sua Encíclica “Quanta Cura”, Título IV, 8 de Dezembro de 1866)A leitura da Bíblia era absolutamente proibida aos leigos e considerada como sendo uma peste:
“Essa peste (a Bíblia) assumiu tal extensão, que algumas pessoas indicaram sacerdotes por si próprias, e mesmo alguns evangélicos que distorcem e destruíram a verdade do evangelho e fizeram um evangelho para seus próprios propósitos... elas sabem que a pregação e explanação da Bíblia são absolutamente proibidas aos membros leigos” (“Acts of Inquisition, Philip Van Limborch, History of the Inquisition”, cap. 08)Wycliffe, que lutou fortemente pela restauração do evangelho bíblico e chegou até a elaborar uma tradução das Escrituras para tirar o povo das trevas, foi chamado de pestilento canalha de abominável heresia, por ter lutado em prol da divulgação da leitura bíblica pelos leigos:
“O pestilento canalha de abominável heresia, que inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna” (Condenação de Wycliffe pelo Concílio de Constança, em 1415)As decisões dos concílios eram claras: a leitura da Bíblia era proibida aos leigos, mas, enquanto a Bíblia era um livro proibido, as “Horas da Bem-aventurada Virgem” era permitido:
“Proibimos ainda que seja permitido aos leigos possuir os livros do Velho e Novo Testamento, êxito o Saltério, ou o Breviário para dizer o Ofício divino, ou as Horas da Bem-aventurada Virgem a quem as desejar ter por devoção; porém proibimos estritamente que esses livros sejam em língua vulgar”(Concílio de Tolosa, 1229, cap. 14)
Em outra encíclica do papa Pio IX, ele reitera a proibição da leitura da Bíblia em língua vulgar, por sanção geral de toda a Igreja:
Também o papa Clemente XI, em sua Constituição Dogmática “Unigenitus”, condenou vigorosamente como erradas uma série de reivindicações feitas por Pascásio Quesnel. Entre elas, inclui-se a necessidade de estudar as Escrituras, que a leitura da Bíblia é para todos, que é danoso querer retrair os cristãos da leitura bíblica, que as mulheres poderiam ler a Bíblia, que os cristãos poderiam ler o Novo Testamento, que o povo simples teria o direito de ler as Escrituras, entre outros:
Depois de tudo isso, temos mesmo é que erguer as mãos aos céus e agradecer a Reforma Protestante, pois, senão, seria provável que viveríamos até hoje em trevas, sendo perseguidos e caçados até nas cavernas e esconderijos subterrâneos, sendo queimados na fogueira da inquisição ou torturados em um dos vários equipamentos de tortura, por reivindicarmos o direito de lermos a Bíblia.
Por: Lucas Banzoli (apologiacrista.com).
"Nas regras que foram aprovadas pelos Padres designados pelo Concílio Tridentino, aprovadas por Pio IV e antepostas ao Índice dos livros proibidos, lê-se por sanção geral que não se deve permitir a leitura da Bíblia publicada em língua vulgar” (Pio IX, Encíclica Inter praecipuas, 16 de Maio de 1844)O papa Leão XII também se revoltou contra aqueles que tentavam trazer ao povo a tão sonhada leitura da Bíblia em sua própria língua:
“Não se vos oculta, Veneráveis Irmãos, que certa Sociedade vulgarmente chamada bíblica percorre audazmente todo o orbe e, desprezadas as tradições dos santos Padres, contra o conhecidíssimo decreto do Concílio Tridentino [v. 786], juntando para isso as suas forças e todos os meios, tenta que os Sagrados Livros se vertam, ou melhor, se pervertam nas línguas vulgares de todas as nações” (Leão XII, Encíclica Ubi primum de 5 de Maio de 1824)O papa Pio VII reitera que não somente ele, mas também os seus predecessores avisavam constantemente que a leitura da Bíblia ao povo é mais um dano do que algo útil, e a única versão permitida era a Vulgata Latina:
"Porque deverias ter tido diante dos olhos o que constantemente avisaram também os nossos predecessores, a saber: que se os sagrados Livros se permitem correntemente e em língua vulgar e sem discernimento, disso há de resultar mais dano que utilidade. Ora, a Igreja Romana que somente admite a edição Vulgata, por prescrição bem notória do Concílio Tridentino (ver 785 s), rejeita as versões das outras línguas” (Pio VII, carta Magno et acerbo, 3 de Setembro de 1816; Denzinger # 1603)Como a Vulgata estava escrita em latim e praticamente a totalidade do povo da época não entendia nada deste idioma (alguns mal sabiam a sua própria língua, quanto menos o latim!), então eles astutamente permitiam somente esta versão da Bíblia, porque o povo não entendia nada do que estava escrito.
Também o papa Clemente XI, em sua Constituição Dogmática “Unigenitus”, condenou vigorosamente como erradas uma série de reivindicações feitas por Pascásio Quesnel. Entre elas, inclui-se a necessidade de estudar as Escrituras, que a leitura da Bíblia é para todos, que é danoso querer retrair os cristãos da leitura bíblica, que as mulheres poderiam ler a Bíblia, que os cristãos poderiam ler o Novo Testamento, que o povo simples teria o direito de ler as Escrituras, entre outros:
70. Útil e necessário é em todo tempo, em todo lugar e para todo gênero de pessoas estudar e conhecer o espírito, a piedade e os mistérios da Sagrada Escritura.(Denzinger #1429-1434, 1436, 8 de Setembro de 1713)
71. A leitura da Sagrada Escritura é para todos.
81. A obscuridade santa da Palavra de Deus não é para os leigos razão de dispensar-se da sua leitura.
82. O dia do Senhor deve ser santificado pelos cristãos com piedosas leituras e, sobretudo, das Sagradas Escrituras. É coisa danosa querer retrair os cristãos desta leitura.
83. É ilusão querer convencer-se de que o conhecimento dos mistérios da religião não devem comunicar-se às mulheres pela leitura dos Livros Sagrados.
84. Arrebatar das mãos dos cristãos o Novo Testamento ou mantê-lo fechado, tirando-lhes o modo de entendê-lo, é fechar-lhes a boca de Cristo.
86. Arrebatar ao povo simples este consolo de unir a sua voz à voz de toda a Igreja, é uso contrário à prática apostólica e à intenção de Deus.
Depois de tudo isso, temos mesmo é que erguer as mãos aos céus e agradecer a Reforma Protestante, pois, senão, seria provável que viveríamos até hoje em trevas, sendo perseguidos e caçados até nas cavernas e esconderijos subterrâneos, sendo queimados na fogueira da inquisição ou torturados em um dos vários equipamentos de tortura, por reivindicarmos o direito de lermos a Bíblia.
Por: Lucas Banzoli (apologiacrista.com).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá,
Obrigado por comentar. Iremos avaliar o seu comentário para depois publicá-lo ou não. Não temos ninguém que faça a correção dos nossos textos, portanto, caso encontre algum erro, por favor, entre em contato que teremos o maior prazer em corrigi-lo.
Que Deus o abençoe!