sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Um irmão que partiu

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A paz do Senhor pastor!” Era assim que ele me saudava todas as vezes que nos encontrávamos. Confesso que isto no início me incomodava. Pastor? Mas depois descobri que ser pastor não é um título, um anel ou uma carteira. Descobri que ser pastor é cuidar das pessoas. Então passei a “pastorear” o meu irmão Vandinho.

Há algum tempo atrás, sentados só nós dois na calçada de sua casa, quantas vezes falamos sobre Deus. Do amor que Ele tem por cada um de nós. Muitas vezes eu o ouvia falar que, o que mais desejava, era ver toda a sua família na igreja, entregando as suas vidas ao Senhor. Todos, sua esposa, seus filhos, nora e genro.

Certa vez ele disse que gostaria de voltar para a igreja, mas sempre acontecia algo que não o deixava ser fiel. Nesse dia eu disse para ele: “Você tem que ser mais forte que isto, se você deseja a sua família na igreja, é você que tem que dar o exemplo.

Passou-se um tempo, nós conversamos e ele disse o quanto era bom ir para a igreja. Estava no encontro de casais e estava muito feliz.

A única certeza que nós temos nessa vida, é que um dia, todos nós, de uma forma ou de outra, iremos deixar amigos, familiares e conhecidos. O Vandinho deixa não só isso, deixa o desejo para todos nós, que possamos servir a Deus, senão de forma plena, da melhor forma que pudermos.

Seu eu não acreditasse em Deus, diria aqui e agora: “Pronto. Tudo acabou. Vamos aproveitar a vida até chegar o nosso dia.

Mas eu não sou. Sou filho do criador dos céus e da terra e de tudo que nela há. Eu acredito que há sim uma esperança. Há sim uma chance. Eu acredito nas palavras de Jesus Cristo que disse que irá nos preparar lugar, pois na casa do Pai há muitas moradas.

Eu creio na promessa de que um dia Ele voltará. Ressuscitará os mortos e irá julgar a cada um de nós. Eu creio que Deus conhece um coração sincero, puro como de uma criança que se alegra ao ver maravilhado a chuva. Que escuta as nossas orações e que perdoa as nossas falhas. Eu acredito, que as horas de lucidez naquela UTI foram usadas para que Deus pudesse ouvi-lo. Avisá-lo que o seu lugar estava sendo preparado.

E o que nos resta agora? Saudade, sim! Tristeza não! Afinal de contas, na “cidade onde as ruas são de ouro e de cristal, não há tristeza, nem dor.” A presença de Cristo o enche de alegria. Se é para termos algum sentimento que tenhamos saudade mas também inveja, pois aqui ainda sentiremos dor, pessoas irão nos decepcionar, veremos outros partirem.

Mas ainda há uma esperança. Cabe agora nós nos entregarmos de corpo e alma a Deus. Fazer a sua vontade e buscarmos todos os dias a sua graça. Obedecê-lo, ser conhecido como seu amigo, para que, um dia, todos nós possamos nos reencontrar com todos aqueles que um dia se foram e que tiveram a vida, ou um momento de reconciliação, com Deus.


Que Deus abençoe a todos.

Além do rio azul - Voz da verdade

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